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A divisão do ambiente de negócios entre Velha e Nova Economia é uma falácia. Embora busque esclarecer como novos setores e modelos de negócios ganham espaço, essa nomenclatura ergue um muro que, na prática, não existe.

Não conheço empresa que tenha em seu CNAE algo como Velho Setor. Ou entregue produtos e serviços diferentes apenas para seus Velhos Clientes. Ou que seus líderes adotem apenas a Velha Gestão. A diferenciação de empresas como pertencentes a Velha ou Nova Economia gera uma percepção falsa de que as empresas são enraizadas e estanques, em um desses dois mundos.

Mais do que uma Velha Economia ou uma Nova Economia, entendo que o que ocorre hoje – na verdade, sempre ocorreu, mas agora com maior intensidade – é a aceleração das mudanças no ambiente de negócios. Consequentemente, há mercados e empresas que aproveitam bem as oportunidades, e aquelas que ficam para trás.

Para cada Blockbuster, há uma Netflix; para cada Nokia, há uma Apple; para cada grupo Matarazzo, há uma WEG. Na prática, há empresas que de fato – não apenas no discurso –, entenderam aquilo que o genial Peter Drucker simplificou com a seguinte ideia: “Mais arriscado que mudar é continuar fazendo a mesma coisa”.

Explorar oportunidades é sinônimo de inovar. E aí, a falácia da Velha e Nova Economia também se manifesta: parece haver um entendimento de que as empresas “pertencentes” à Velha Economia nunca inovam; já àquelas da Nova Economia, inovam o tempo inteiro. Obviamente, isso não é verdade! Assim como não é verdade a visão simplista de que para inovar, precisamos deixar de lado tudo relacionado ao passado de uma empresa.

Claramente, inovar depende essencialmente de olhar para o futuro. Sob esse ponto de vista, as empresas mais conservadoras podem se sentir em desvantagem, por normalmente nutrirem uma cultura menos aberta à inovação.

Por outro lado, o que eu gostaria de ressaltar aqui é o potencial oculto, isto é, o “copo meio cheio” dessa equação: com a mentalidade correta, o passado de uma empresa pode e deve servir como potencialidade para a inovação. Afinal de contas, os erros e lições do passado são um tremendo ativo: servem como experiência para que as novas iniciativas de inovação sejam mais inteligentes e promissoras. Ou, na sábia visão expressa por Benjamin Franklin: “Eu não falhei no teste. Eu só encontrei 100 maneiras erradas de fazer”.

Por uma série de fatores (que não cabe aqui aprofundarmos), a indústria tem perdido competitividade, especialmente aquelas de pequeno e médio porte, de origem e gestão familiar. Muitos desses fatores – como a péssima estrutura tributária e legislação trabalhista do Brasil – são incontroláveis para o líder industrial e estão postas (ao menos, no curto prazo) para todos os empresários. Entretanto, esse artigo propõe refletirmos sobre o que é controlável e, portanto, depende exclusivamente das lideranças das indústrias.

Não há uma fórmula mágica que garanta resultados para aquelas empresas que buscam aumentar seu ritmo de inovação. Contudo, há boas práticas que se bem empregadas, aumentam sobremaneira as probabilidades de sucesso.

Tais boas práticas passam, essencialmente, pelos líderes municiarem suas equipes com um ferramental apropriado para a inovação nessa década, que exige evolução na mentalidade e cultura da empresa, emprego de tendências e tecnologias da fronteira de conhecimento e abordagens de gestão modernas.

Um lado positivo é que esse novo ferramental não implica em esquecer e negar o passado e presente da empresa: ele complementa, permitindo vislumbrar novas oportunidades para o futuro.

O outro lado positivo é que o primeiro passo pode ser dado ainda hoje! O Conselho de Futuras Lideranças (CONLIDER) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RS) estão nos últimos dias de inscrições para participação na 3ª edição do Ciclo de Formação de Liderança.

Na 1ª e 2ª edição do Ciclo, mais de 140 líderes – de diferentes setores e estados, com destaque para a indústria do RS – tiveram acesso a conteúdos e relacionamentos capazes de alavancar o desenvolvimento de suas carreiras e empresas.

Nesta 3ª edição do Ciclo, foram redesenhadas melhorias pontuais, e mantida a base de conteúdos e dinâmicas das edições anteriores. Especialmente, se mantém a receita de sucesso: encontros leves e úteis; períodos pensados para estímulo do networking; carga horária moderada; e conteúdos atuais, que abordam fundamentos teóricos e aplicações práticas.

Se interessou? Alguém da sua empresa ou rede de contatos pode evoluir participando do Ciclo?

Então acesse o site e confira informações dos módulos de ensino, datas e outros detalhes. Confira aqui.

* Texto escrito por:

Tiago Dinon Carpenedo
Empresário e Conselheiro do CONLIDER
Conselho de Futuras Lideranças da FIERGS

quarta-feira, 30 de Março de 2022 - 15h15

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