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Os jogos olímpicos 2021 estão aí e o IEL/RS não podia deixar passar a oportunidade de discutir a trajetória de algumas das grandes lideranças que o esporte nos traz como inspiração. Podemos começar nos perguntando: quais as principais características que observamos nas lideranças? 

Competência, foco, resiliência, determinação, visão, empatia, ser exemplo, carisma e comprometimento são alguns dos fatores que definem uma liderança de sucesso. 

Dentre tantos atributos que compõe um líder, pouco se fala sobre duas características fundamentais que apareceram como resposta a uma pesquisa realizada por Harvard, considerando uma média de 500 respondentes, que perguntou: “O que, na sua opinião, caracteriza um bom líder?” 

Alto padrão “ético e moral” foi a resposta de 74% dos pesquisados. E o que isso significa? Podemos analisar que, para a maioria das pessoas, a liderança está vinculada a um forte senso de compromisso com “fazer a coisa certa”. 

Ética vem de Ethos, palavra grega que significa "caráter moral", e designa as características morais, sociais e afetivas que definem o comportamento de uma determinada pessoa, grupo ou cultura. Na retórica, o ethos é um dos modos de persuasão ou componentes de um argumento, caracterizados por Aristóteles*. 

Considerando este argumento, podemos deduzir que boas lideranças não são fáceis de serem encontradas, pois a própria etimologia da palavra sugere que estas atribuições necessárias devem ser fortemente desenvolvidas em um povo a partir de sua educação e que virão compor a sua cultura. 

Um bom lugar onde podemos observar a formação destes atributos da liderança, é, sem dúvida, no esporte. E por quê? 

Consideremos o seguinte: ‘’o que faz um líder?” 

O líder é apontado como aquele ser capaz de levar outros a fazerem o que é preciso ser feito de bom grado e, preferencialmente, por vontade própria. O líder, primeiramente, é reconhecido como aquele que “bate metas”, obtém resultados; aquele que motiva e que agrega. 

Em segundo lugar, ele não faz nada sozinho. O líder necessita de uma equipe, de um grupo, de outros que executem o que ele visualiza ser necessário. E em terceiro lugar, para atingir seu objetivo, precisa fazer a “coisa certa”, utilizando-se da retórica de Aristóteles que diz que o líder precisa conduzir com ética um grupo de pessoas em busca de um resultado efetivo. 

O mundo corporativo pode ter muito a aprender com grandes líderes do esporte. Afinal, os problemas enfrentados no dia a dia da rotina empresarial não são muito diferentes daqueles enfrentados por grandes atletas ou técnicos. 

Para inspirar algumas lideranças, traçamos aqui algumas comparações nos desafios de dois grandes campeões do esporte, exatamente por suas posições firmes e seu compromisso com a ética moral de Aristóteles que citamos acima.

 

Inspirações no esporte

Existem, com certeza, muitos outros exemplos que poderíamos trazer. Mas, para não nos estendermos muito, escolhemos falar um pouquinho da trajetória bem-sucedida do brasileiro Bernardinho, campeão olímpico da seleção brasileira de vôlei, e do norte-americano Kobe Bryant, falecido em janeiro de 2020, mas que deixou um legado como um dos maiores jogadores de basquete da liga americana. 

Bernardo Rocha Rezende, conhecido como Bernardinho, começou sua trajetória no voleibol como jogador, mas foi como treinador que se tornou o maior campeão da história da modalidade. Dirigiu as seleções feminina e masculina de vôlei acumulando mais de 30 títulos importantes, entre eles cinco medalhas olímpicas consecutivas ao longo de sua carreira de 20 anos. 

O que podemos analisar de sua trajetória de sucesso como líder à frente das seleções é o fato de que sempre procurou conhecer muito bem cada um dos atletas da sua equipe, traçando estratégias específicas para alavancar o potencial de cada um, valorizando, entretanto, muito mais o trabalho coletivo do que os talentos individuais. Segundo Bernardinho, “uma equipe unida é muito mais potente do que uma formada por estrelas que competem entre si”. 

Para o técnico, “sucesso não é vencer sempre”, mas se superar e dar sempre o melhor de si acreditando que, para ser um bom líder, é preciso “dar o exemplo”. Segundo sua visão, se um líder quer maior dedicação de sua equipe, então este líder também precisa trabalhar mais

Aqui, na prática, vemos um belo exemplo da coerência entre a liderança pela ética que falamos anteriormente e que norteia as decisões de sucesso do técnico Bernardinho. 

Outro exemplo de liderança no esporte que podemos usar como comparativo ao mundo organizacional é o de Kobe Bean Bryant, conhecido como um dos maiores jogadores de basquetebol de todos os tempos. Kobe estreou na NBA aos 18 anos, onde conquistou 5 títulos em 20 temporadas com o Los Angeles Lakers, o maior número da história para um mesmo jogador em um só time. Aposentou-se deixando um grande legado para a modalidade. 

A maior lição que este recordista não apenas no esporte, mas também no mundo dos negócios, nos deixou em termos de liderança foi a sua humildade para lidar com o sucesso. Durante toda a sua carreira, Kobe soube valorizar cada derrota como uma maneira de aprender

Conhecido como um bom negociador, por meio de acordos e parcerias bem-sucedidas, tornou-se um dos jogadores mais bem pagos do mundo dos esportes. Aprendeu a jogar com os melhores mestres e soube tirar proveito disso. Focado e comprometido com os valores do basquete e embalado pelo desejo de vencer e dar o seu melhor, sempre conseguiu demonstrar equilíbrio e espírito de equipe, o que o ajudou a conquistar o respeito de grandes lendas do esporte.
 

Assim como no esporte, a liderança não aceita transgressões

Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, nos diz que existem três coisas que vão ocorrer em qualquer instituição sem que ninguém precise fazer força: “atritos, confusão e queda de desempenho... para todo o resto, é necessário a liderança”. 

Muita coisa se negocia, menos princípios e valores. É importante o entendimento de que a liderança efetiva é aquela guardiã de princípios e valores da organização à qual se dedica. Em outras palavras, a liderança não aceita transgressões. E o esporte é, também, um lugar onde não há espaço para transgressões. 

Que tal aproveitar o embalo dos Jogos Olímpicos para conversar sobre este assunto na sua empresa? Considerando que liderança é uma construção de educação, esta pode ser uma bela forma de motivar seus líderes a serem cada vez melhores no que fazem e trabalharem para deixar um legado de valor junto aos seus liderados. O IEL/RS também disponibiliza trilhas de desenvolvimento de liderança e desenvolvimento pessoal.

 

Por Jacqueline Palma

*filósofo grego, 384 a 322 a.C. 
Fontes de pesquisa: Forbes, Globo.com, Wikipedia, Endeavor, https://caputconsultoria.com.br/as-licoes-de-lideranca-de-3-grandes-campeoes-do-esporte/ 

quinta-feira, 22 de Julho de 2021 - 18h18

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